domingo, 29 de junho de 2008

Das Partidas

Em menos de dois meses estive no aeroporto internacional três vezes. Três vezes por motivos distintos. Uma chegada e duas partidas.

A chegada veio envolta em uma bruma de expectativa, a expectativa do desconhecido, da surpresa, do estranhamento do primeiro encontro. A primeira partida, um vácuo. Um vazio em que o tempo parou quando eu queria que ele andasse depressa, já que os sonhos e os planos tinham sido desfeitos. Tanto em uma como em outra, não tive a oportunidade de observar as pessoas.

Ontem, mais uma vez, estive ali para uma partida. Desta vez alguém muito próximo foi embora. E foi naquele momento que compreendi como as coisas mudam em espaços muito curtos de tempo, como a vida dá uma guinada, muitas vezes sem que a gente se dê conta até aquele milésimo de segundo em que abrimos os olhos e o novo mundo está ali, na nossa frente.

Uma vez eu entrei nessa correnteza. No período de um mês, tomei uma decisão, preparei o terreno, arrumei as malas e fui embora. Assim, sem mais. Levou bem uma semana pra que eu percebesse o mundo novo onde estava. E quando percebi, bateu o medo. Chegou e foi embora em questão de horas, e aí eu comecei a viver aquela nova vida.

Mas eu fui pra um mundo distante apenas 3 horas, onde as pessoas falam minha língua, não me são estranhas (apesar de serem). E quando você vai para um mundo de onde você só volta de avião? Um mundo novo cheio de promessas, mas cujos habitantes falam outra língua, usam roupas diferentes, têm hábitos diferentes? Um mundo do qual você não sabe exatamente o que esperar, um mundo de sonhos? E aí?

Isso estava legível em sua face, ali naquelas duas horas de espera entre fila de check-in, de embalagem de mala, de casa de câmbio. Tensão, ansiedade, expectativa, em uma mistura quase cruel, que mesmo quem vê de fora sente cortar fundo lá dentro. A família fica para trás. Os pequenos objetos reunidos em uma vida, ainda que jovem, ficam para trás. Com você, somente aquilo que cabe em uma mala e no coração. 

Quem fica forma um grupo: o grupo dos do lado de cá da faixa, os que somente observam a fila e aguardam aquela pessoa querida passar por ali pela última vez antes de embarcar. A maioria dos "do lado de cá" chora. Nem sempre de tristeza. Muitas vezes pela saudade que chega antes mesmo da partida. Ali a ficha cai, tanto para os do lado de cá como para os do lado de lá: naquele instante não tem volta.

***

Foi ali que eu, no grupo dos de cá, percebi que você vai fazer falta, mesmo que nunca tenhamos sido próximas como talvez gostaríamos. Mesmo que nossas diferenças tenham feito nossas vidas tomarem rumos diferentes. E eu não tive tempo, e as palavras não vieram para que eu dissesse isso enquanto te abraçava na despedida. Então falo aqui:

Espero que este mundo novo seja extremamente amigável com você e te acolha de braços abertos. Que você encontre aí seus sonhos, todos eles. Que cada um dos momentos que você viver aí sejam dignos de ficarem para sempre na sua memória e no seu coração. Que você encontre seu caminho, qualquer que seja ele. Que faça muitos amigos e que tenha pelo menos um com quem contar de verdade. Que você se divirta muito e conheça muitas coisas novas. E quando a saudade apertar, seja forte -- deixe que ela fique, mas não por mais do que dez minutos.

Seja feliz, muito feliz! Estou muito orgulhosa de você. E estarei aqui sempre. 
Te amo.



quinta-feira, 26 de junho de 2008

Retrô

Adoro fazer mudanças radicais no meu visual. Estava meio enjoada do estilo maria-joana-do-cabelo-repartido-no-meio-E-enfiado-atrás-da-orelha.


Recorri mais que rapidamente à Super Susi, tesoura mágica, e deu nisso:


Totalmente retrô. Ou totalmente mangá, como disse esse doido.